sábado, 16 de maio de 2009

Da leitura tradicional às novas formas de leitura

A internet permite a existência de novos géneros discursivos denominados géneros digitais, nos quais a organização textual normalmente é hipertextual, uma maneira diferente de leitura (Castela, 2006)., o que implica que algumas noções importantes para a leitura e para a escrita estão a mudar, nomeadamente a noção de texto, de leitura e de aprendizagem, pois o texto deixa de ser um todo contíguo de estrutura unicamente linear, passando a ter uma estrutura hierárquica fragmentada, da qual fazem parte ícones, imagens estáticas e/ou animadas e sons, onde o autor pode sugerir caminhos ao leitor, mas é este quem decide o que ler e em que ordem ler.
Estas constatações justificam que se questione quanto à similaridade de se ler um texto linear ou um hiperdocumento, tal como o fazem alguns autores (Coscarelli, 1999) que referem que tal não é idêntico, dado que no segundo caso o leitor tem que lidar com vários planos ao mesmo tempo, ao contrário do texto linear, cuja estrutura é produzida segundo a organização do pensamento, seguindo uma organização definida pelo escritor e cuja leitura é sequencial e hierárquica, baseada em relações cronológicas, causais, por enumeração ou por contraste.
No hiperdocumento, frequentemente essas relações não são explicitamente mencionadas, devendo, portanto, ser inferidas pelos leitores.
Embora se verifique uma elevada apetência das novas gerações para a leitura virtual, torna-se importante a promoção da literacia da leitura e da escrita, no formato tradicional pois a aquisição de competências de leitura, reconhecidas como transversais a todas as áreas do saber, vão também possibilitar efectivar a referida inferência implícita nos novos formatos de leitura.

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